domingo, 29 de agosto de 2010

ECO 92 RJ - Severn Suzuki

Nesse belo discurso da menina canadense Severn Susuki vemos que muita pouca coisa foi feita em relação ao meio ambiente. Esse é um grande exemplo que a maturidade não está diretamente relacionada a idade de uma pessoa. Parece que ainda sofremos do mal da normose (a doença de ser normal numa sociedade medíocre – termo criado pelo prof. Hermógenes).

Contraditóriamente, as “prioridades” parecem não surtirem efeito frente a tanta hipocrisia, corrupção e interesses diversos. O dharma está sendo colocado de lado por aqueles que deveriam justamente protege-lo. Que valores estamos querendo construir para nós e para as futuras gerações? Como bem colocado pela minha professora de Vedānta, Gloria Arieira, “Quando existe dharma o desejo fica de lado”.




Dharma significa ação adequada, ordem, lei, dever, virtude, bem comum, ética e conduta. Está inserido no sentido de preservar, manter a coesão entre as pessoas e as coisas, fazer aquilo que nos cabe, dar a nossa contribuição ao mundo. Simplificando, "não fazer aos demais o que você não gostaria que fizessem com você".

Olhar curioso de Wayne Levin



A capacidade de ver as coisas nem sempre nos garante compreender a realidade como ela é, mas é certamente um dos importantes meios de conhecimento que possuímos.  Quer seja atrás de um potente telescópio, quer seja atrás de uma lente fotográfica, quer seja através de um olhar interno.

 

O fotógrafo Wayne Levin parece nos desafiar com suas maravilhosas fotos subaquáticas, em geral, em preto e branco. Nascido na Califórina em 1945, apaixonou-se por fotografias desde criança. Formado no San Francisco Art Institut, Wayne se destacou fazendo imagens fantásticas do fundo dos mares do Havaí, todo o Pacífico, Caribe, Japão dentre outros.

     

Nos últimos anos, continua fotografando a vida do mar, surfistas, remadores de canoa, mergulho livre, nadadores, naufrágios, marinhas e aquários. Em suma, tenta descrever como muitos aspectos do oceano se torna possível dentro dos limites do gênero preto e branco.


Atualmente, ele está trabalhando em dois projetos, um livro sobre o seu extenso trabalho sobre os peixes Akule e outro sobre Kalaupapa (uma pequena comunidade sem personalidade jurídica, na ilha de Molokai, no Havaí).


Mais informações sobre Wayne Levin: www.waynelevinimages.com 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Entrevista: Maristela Colucci


Maristela Colucci é fotógrafa e designer gráfica. 
Suas imagens estão em 24 selos do Brasil e também 
em cartões telefônicos do país. 
Figuram ainda em campanhas publicitárias, em livros
 de arte e revistas. 
Maristela tem 6 livros publicados: "Ilhabela",
 "Travessia do Pacífico", "Brasil Submarino", "Rota Boreal - Expedição ao Círculo Polar Ártico"e os infanto juvenis "Antártica, um mundo feito de gelo" 
e "SUB, Viagem ao Brasil submarino", 
este último editado por sua própria editora,
 a Grão Editora. 
Ela vive e trabalha em São Paulo.


Vicente Morisson: Quando você se interessou por fotografia e como surgiu esse interesse por fotos de natureza, principalmente, a temática mar?
Maristela Colucci: O interesse pela fotografia começou cedo, aos 13 anos. Minha família sempre foi mais de “campo” e eu tinha, desde criança, um fascínio inexplicável pelo mar. Corri atrás deste fascínio, independente da fotografia, ainda criança, sempre insistindo com meus pais para ir à praia. Comecei a fotografar cenas de família, viagens. Profissionalmente, comecei cobrindo shows de música e peças de teatro, aos 16, 17 anos, época em que já adorava fotografar natureza e fiz um curso de mergulho autônomo com o intuito de fotografar também “lá embaixo”. Eu passava as tardes vidrada na TV assistindo aos documentários do Jacques Cousteau e como nesta época já viajava muito para o mar, não me contentava em fotografar somente o que estava “visível”.




VM: Qual é o tipo de fotografia que você mais prefere fazer?
MC: Ah, meus olhos brilham de uma maneira diferente, mais intensa, quando estou nas expedições, fotografando paisagens, fauna, flora e pessoas, culturas.


VM: Sabemos que você pratica Yoga. O que lhe fez procurar essa prática?
MC: Eu era adolescente, o Yoga não era tão difundido como é hoje e eu fui acompanhar minha mãe numa prática. Tive a sorte de ter como primeiros professores a Ro de Castro e o Pedro Kupfer. Encantei-me, nunca mais parei e lá se vão 20 e tantos anos!


VM: Algo modificou desde quando você começou a praticar? O quê?
MC: Ganhei mais serenidade. Sou aquariana e estou sempre lááááá na frente. Continuo... (rs) mas acho que.... mais centrada. E o Yoga tem a ver com isso, para mim, certamente. Mas acho que o principal é que através do Yoga eu re-conheci os Yamas (que na realidade estavam presentes desde sempre na educação que felizmente tive) e conheci os Niyamas (e continuo conhecendo-os e assimilando-os a cada dia).



VM: Qual é o seu objetivo em relação a prática de Yoga?
MC: Não sei se chamaria de objetivo. Atualmente, por exemplo, não estou em nenhum grupo de prática e minha prática pessoal, se você for pensar em ásanas, pránáyámas, etc, não é regular. Mas eu considero que pratico Yoga 24 horas por dia, na forma de pensar, de agir, de encarar a vida e os acontecimentos.


VM: Você encontra alguma relação entre fotografia, Yoga e o mar?
MC: Os 3 são fortíssimos na minha vida e me conectam. Com o que? Com tudo. E me salvam, muitas vezes!



VM: A meditação faz parte da sua prática? Caso sim, que tipo de meditação você pratica?
MC: Meu canal de meditação são os mantras. Definitivamente. Kirtans me “tiram do chão”, me conectam com algo que nem consigo explicar. Posso passar horas e horas num satsang!


VM: Você já enfrentou alguma situação de risco fotografando debaixo d´água? Caso sim, como lidou com ela?
MC: Enfrentei algumas, nenhuma drástica, graças aos deuses. Acho que sempre me “safei” fazendo uso da serenidade e do conhecimento do esporte, nesta ordem.



VM: Você leva algum tipo de experiência do seu trabalho como fotógrafa para o seu dia-a-dia? Qual (is)?  
MC: OBSERVAR, sempre.



VM: Quem são as suas grandes referências na fotografia e fora dela?
MC: Todas as pessoas éticas, conscientes, coerentes e comprometidas.


VM: Qual é a sua preferência alimentar? Você faz algum tipo de acompanhamento nutricional?
MC: Será que posso chamar minha preferência de quase-vegetariana? Porque já deixei de comer todo e qualquer animal..... depois voltei com peixe... depois com frango... depois radicalizei.... Hoje como peixe e frango, mas não estou contente com isso. Se não estou contente.... hora de mudar, certo? Meu amor e respeito pelos animais, minha luta por eles; nada disso é coerente com minha alimentação atual. Não, nenhum acompanhamento profissional nutricional, mas cuido bastante para ter uma alimentação saudável e nutritiva.



VM: De uma maneira geral, já que você viaja bastante devido a sua profissão, como você vê a relação do homem e o mar hoje em dia? Mudou muita coisa?
MC: Ao mesmo tempo que no cenário micro você vê habitantes litorâneos com tremendamente mais consciência do que há 20 anos, no macro o Homem maltrata demais o mar, e até desdenha dele. É triste.


VM: Qual o lugar mais especial que você já fotografou?
CM: As regiões polares: Antártica e Ártico.



VM: O que você mais gosta de fazer nas horas vagas?
MC: Praticar esportes, ler e ver filmes. E estar com amigos, sempre.


VM: Você atua em alguma causa em defesa ao meio ambiente? Caso sim, qual (is)?
MC: A imagem, o registro fotográfico tem um poder enorme nesta área. Há 20 anos eu e mais 6 fotógrafos fundamos o Projeto Alcatrazes, que desde então luta para que a Marinha do Brasil não utilize o Arquipélago dos Alcatrazes – o maior ninhal de aves marinhas do sudeste brasileiro – como base para seus exercícios de tiro. E minhas imagens estão e estarão sempre à disposição dos movimentos ambientais e socioambientais em que eu acredito, além de estarem também à disposição de universidades e pesquisadores.



VM: Qual é o seu maior desafio e objetivo na fotografia hoje?
MC: Continuar fazendo uma fotografia apaixonada, independente daquilo que o mercado rotule como “arte”.


VM: Como você trabalha a sua espiritualidade?
MC: Yogando plenamente em todos os meus pensamentos, ações e reações.



VM: Qual significado do mar para você?
MC: O mar é o meu começo, meu meio e meu fim. Soa piegas, né? Mas é isso mesmo.


VM: O que você considera essencial para se viver bem?
MC: Paz. Interior e exterior.


VM: Que dica você daria para quem está começando a fotografar?
MC: Fotografe muito, muito, muito. Erre, erre, erre, conserte. Observe, sempre.


Mais informações sobre Maristela Colucciwww.maristelacolucci.com.br

domingo, 8 de agosto de 2010

O legado de um mito



"O mar é tudo. Ele cobre sete décimos do globo terrestre. É um imenso deserto, onde o homem jamais está sozinho, pois sente a vida fervilhando por todos os lados. O mar é apenas a face material de algo sobrenatural e maravilhoso. Ele é o lugar em que eu me sinto livre!"



Por Jacques Coustea, capitão naval, explorador, inventor, engenheiro, naturalista, poeta e vionário nascido na França. Artigo acima foi publicado na National Geographic (Brasil) / Julho 2010.